População de Eldorado em choque: Denúncia de possível tortura em Delegacia de Polícia Civil gera revolta

Um caso alarmante de possível tortura envolvendo um policial civil e o preso J. C. da S. N. tem gerado revolta e indignação entre os moradores de Eldorado-MS. J. C. da S. N., condenado por contrabando e com mandado de prisão preventiva expedido pela 1ª Vara Federal de Naviraí-MS, foi hospitalizado em estado grave após alegar ter sido violentamente agredido na Delegacia de Polícia Civil de Eldorado. Recentemente, J. C. da S. N. recebeu alta médica e compartilhou sua versão dos fatos em uma entrevista exclusiva.
Entenda o caso
J. C. da S. N. foi preso próximo a sua residência, quando chegava da rua no dia 16 de dezembro de 2024, por volta das 16h50min, lhe sendo apresentado mandado de prisão preventiva expedido em decorrência da condenação a 4 anos de reclusão em regime fechado pelo crime de contrabando.
Durante a prisão, J. C. da S. N. não fez resistência e sequer foi necessário o uso de algemas para sua condução, conforme extrai-se do próprio Boletim de Ocorrência.
A saber, J. C. da S. N. foi levado a Fundação Hospitalar de Eldorado para o Exame de Corpo de Delito, exame obrigatório quando alguém vai preso, a fim de garantir a integridade física e moral do preso sob custódia do Estado. O referido exame foi realizado pela médica plantonista, Dra. D. D., a qual atestou: “...ausência de lesões”.
Pouco mais de uma hora após sua chegada à Delegacia de Polícia Civil, J. C. da S. N. foi conduzido novamente à Fundação Hospitalar de Eldorado, agora em ambulância, devido a um suposto mal-estar. O boletim médico apontou desta vez, sinais de manchas avermelhadas no hemitórax, escoriações no braço direito, e não descartou a possibilidade de trauma abdominal, trauma torácico e a suspeita de derrame.
Em razão da gravidade do caso, J. C. da S. N. foi sedado e entubado e na sequência encaminhado para Dourados-MS com pedido de “UTI e Vaga Zero”, permanecendo na UTI até sua recuperação.
Alta médica e entrevista exclusiva
No dia 22 de dezembro, J. C. da S. N. recebeu alta médica e foi pra casa, onde permanece sob os cuidados de sua família. Na manhã do dia 23, J. C. da S. N. conversou com exclusividade com nosso jornal, relatando em detalhes os momentos de sofrimento que viveu e apontando diretamente o Investigador de Polícia Civil W. como o responsável pelas agressões.
Durante a entrevista, J. C. da S. N. chorou e se emocionou muito, sendo amparado por seus familiares que demonstraram apoio e carinho ao longo da conversa.
J. C. da S. N. revelou que, “após assinar os papeis do mandado de prisão, aguardava ser encaminhado para a cela. Ocorreu que o outro policial se ausentou da sala, mas que dele não tem o que reclamar em relação a qualquer tratamento ilegal, muito pelo contrário, foi respeitoso, mas que em ato contínuo, o policial W. pediu para se virar de costas e o algemou.
Logo após esse ato, o policial passou a desferir socos e questionado o motivo da violência, foi brutalmente agredido com vários outros golpes sem falar nada e, só parou, quando percebeu que o preso J. C. da S. N. já estava com falta de ar e com muitas dores de tanto apanhar”.
Posicionamento da Polícia Civil
Procurada para comentar as acusações, a Delegacia de Polícia Civil emitiu a seguinte nota: “A Polícia Civil repudia essa afirmação e restará comprovado nos autos do processo a verdade que aconteceu”.
Denúncia e busca por justiça
A família de J. C. da S. N. registrou uma denúncia formal no Ministério Público no dia seguinte ao ocorrido (17.12.2024), solicitando a apuração rigorosa das agressões. Também foi protocolado um Habeas Corpus no Tribunal Regional Federal da 3ª Região, buscando o relaxamento da prisão já que J. C. da S. N. foi vítima supostamente de tortura.
Reação da comunidade
O caso gerou manifestações nas redes sociais e na cidade de Eldorado, com moradores pedindo uma resposta firme das autoridades. Este episódio levanta questões graves sobre o uso da força por agentes do Estado e sobre a segurança de presos sob custódia policial.
A sociedade de Eldorado aguarda uma resposta das autoridades competentes e confia que o Judiciário, o Ministério Público e a Corregedoria da Polícia Civil irão agir com rigor para punir o responsável por este caso de violência institucional.
Enquanto isso, J. C. da S. N. e sua família continuam preocupados com o restabelecimento de sua saúde e seguem lutando por justiça e esperança por um futuro mais seguro para todos.
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